A Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção (PHDA) é uma síndrome caracterizada por hiperatividade, impulsividade e dificuldade em concentrar e manter a atenção.
Para se diagnosticar um caso de PHDA é necessário que a criança apresente, com frequência, pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade que se devem manifestar em pelo menos dois ambientes diferentes (casa e escola) e por um período superior a seis meses.
- Dificuldade em prestar atenção a detalhes cometendo erros por descuido
- Dificuldade de manutenção da atenção em tarefas ou atividades lúdicas
- Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra
- Dificuldade em seguir instruções e em terminar as tarefas escolares ou outras (não devido a comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
- Dificuldade para organizar tarefas e atividades
- Evita, antipatiza ou reluta envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou trabalhos de casa)
- Perde brinquedos, materiais escolares, tarefas escolares…
- Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa
- Apresenta esquecimento em atividades diárias
- Agita as mãos ou os pés
- Dificuldade em permanecer sentado
- Corre ou sobe e desce constantemente, inapropriadamente
- Dificuldade em se envolver silenciosamente em atividades de lazer
- Excesso de atividade motora
- Fala constantemente
- Responde precipitadamente antes das perguntas terem sido completadas
- Dificuldade de aguardar a sua vez
- Intromete-se em assuntos de outros (conversas ou brincadeiras)
Esta perturbação causa dificuldades emocionais e de
relacionamento, bem como baixo rendimento escolar e outros problemas de saúde. Ainda que a criança com hiperatividade possua, muitas vezes, uma inteligência normal ou acima da média, revela dificuldades de aprendizagem e de comportamento. É estigmatizada como agitada, distraída, mal educada…
A criança com PHDA sente-se diferente e isola-se inquieta com as suas incapacidades. Não conseguir concluir as tarefas na escola ou em casa deixa-a triste e com baixa autoestima o que se repercutirá negativamente no seu comportamento e atitudes. A criança com PHDA não é distraída ou agitada porque quer. Ela não consegue ser diferente.
É importante que os professores e os pais de uma criança com PHDA saibam lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperativa incontrolável da criança. Estas crianças precisam de estruturação.
Na escola, os professores podem ajudar o aluno com PHDA a ajustar-se melhor à sala de aula. Podem:
- Proporcionar estrutura, organização e constância (regras claramente definidas, rotina, sempre a mesma estruturação de carteiras…)
- Colocar o aluno junto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor.
- Reforçar positivamente, recompensando os esforços, a persistência e o comportamento bem sucedido.
- Atribuir tarefas que eles possam cumprir faz com que se sintam necessários e
- valorizados. Começar com tarefas simples e gradualmente complexificar.
- Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer oportunidades sociais.
- Apresentar tarefas curtas de modo a evitar a necessidade de manutenção prolongada da atenção.
- Colocar limites claros e objetivos; ter uma atitude disciplinar equilibrada e proporcionar avaliação frequente, com sugestões concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento adequado.
- Assegurar que as instruções sejam claras, simples e apresentadas uma de cada vez, com um mínimo de distrações.
- Reparar se o aluno se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação, ou auditivas que exigem uma intervenção nova/diferente.
- Preparar com antecedência o aluno para novas situações. Ele é muito sensível em relação às suas dificuldades e desencoraja-se facilmente.
- Ser tolerante e modificar o programa do aluno com PHDA de acordo com as suas necessidades e perfil de aprendizagem.
- Permanecer em constante comunicação com a família.
Com a consciencialização e compreensão em relação ao impacto significativo que os sintomas da síndrome PHDA têm sobre as pessoas e as suas famílias, o futuro torna-se mais promissor.
Recolha de informação
Maria do Carmo Cotovio
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