A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação global do desenvolvimento, com início na primeira infância e que se expressa, clinicamente, de forma muito variada.
Manifesta-se através de dificuldades muito específicas da comunicação e da interação, associadas a dificuldades em utilizar a imaginação, em aceitar alterações de rotinas e à exibição de comportamentos estereotipados e restritos.
Esta perturbação implica um défice na flexibilidade de pensamento e uma especificidade no modo de aprender que comprometem, em particular, o contacto e a comunicação do indivíduo com o meio (Jordan, 2000; Siegel, 2008; Geschwind, 2009).
O primeiro despiste
VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO
O primeiro despiste de autismo obriga a uma vigilância do desenvolvimento cujos sinais de alerta são:
- Ausência ou atraso da linguagem oral;
- Não responder ao nome, parece ter perda auditiva;
- Falta de atenção, de interesse ou de curiosidade acerca do que os outros fazem ou dizem;
- Relações com as pares não adequadas ao nível de desenvolvimento;
- Muito dependente;
- Pouco contacto ocular;
- Birras injustificadas;
- Comportamentos restritos e estereotipados;
Sinais de alerta na criança dos 0 aos 2 anos
(Filipek y Cols, 1999)
Sinais de alerta na criança em geral:
- Não se mistura com as outras crianças;
- Age como se fosse surdo;
- Resiste à aprendizagem;
- Não demonstra medo dos perigos reais;
- Resiste a mudanças de rotina;
- Usa as pessoas como ferramentas;
- Apresenta risos e movimentos pouco apropriados;
- Resiste ao contacto físico;
- Acentuada hiperatividade física;
- Não mantém contacto visual;
- Agarra-se demasiado a determinados objetos;
- Manipula e manobra objetos de uma forma peculiar;
- Por vezes apresenta problemas de agressividade;
- Comportamento indiferente e afastado.
A ausência de sinais de alerta pressupõe a continuidade da vigilância do desenvolvimento até aos seis anos de idade.
A existência de sinais de alerta (mais de quatro 4 destas características ou comportamentos numa criança, em idade inadequada para os mesmos e de um modo persistente) pressupõe o encaminhamento para serviços especializados (clínicos, de intervenção precoce, equipas multidisciplinares) com vista à deteção específica e adequada intervenção.
Isabel Campaniço
Benvinda Garcia
Benvinda Garcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário