Os
investigadores têm tido dificuldade em definir a dislexia desde que o termo foi
usado pela primeira vez em 1887. De forma simplista, o prefixo grego “dis”
significa “dificuldade, perturbação” e o elemento grego de composição “lexia”
remete para “ler”. Dislexia significa assim, “dificuldade em ler” (Hennigh,
2003).
Em 2002, a Associação Internacional de Dislexia
definiu esta perturbação como uma incapacidade específica da aprendizagem, de
origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso
e/ou fluente de palavras e reduzida capacidade de soletrar e descodificar
palavras. Geralmente, estas dificuldades resultam de um défice na componente
fonológica da linguagem.De
facto, para aprender a ler é necessário ter uma boa consciência fonológica,
isto é,
o conhecimento consciente de que a linguagem é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas e que os caracteres do alfabeto representam esses fonemas. Contudo, o desenvolvimento desta consciência fonológica é difícil para muitas crianças.
o conhecimento consciente de que a linguagem é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas e que os caracteres do alfabeto representam esses fonemas. Contudo, o desenvolvimento desta consciência fonológica é difícil para muitas crianças.
Segundo
Teles (2004), por volta dos cinco anos
de idade, é presumível as crianças pronunciarem corretamente a maioria das
palavras. Contudo, há que salientar que nem sempre a dificuldade em pronunciar
uma palavra é revelador de dislexia, pode ser somente uma dificuldade de
articulação.
São vários os sinais de alerta desde o
primeiro ano de escolaridade:
•
Dificuldade em perceber que as palavras se podem
segmentar em sílabas e fonemas;
•
Dificuldade em associar as letras aos seus sons;
•
Erros de leitura;
•
Dificuldade em ler monossílabos e soletrar palavras
simples;
•
Recusa e insistência em adiar as tarefas de leitura
e escrita;
•
Outros membros da família com dificuldade de leitura
e escrita.
A
partir do segundo ano de escolaridade, deve dar-se especial atenção aos
seguintes aspetos:
•
Progresso muito lento na aquisição de leitura e
ortografia;
•
Leitura sincopada, trabalhosa e sem fluência;
•
Melhor capacidade para ler palavras em contexto do
que para ler palavras isoladas;
•
Erros ortográficos frequentes;
•
Dificuldade em terminar os testes no tempo previsto;
•
Discurso pouco fluente com pausas e hesitações.
Relativamente
à dislexia, e ainda que muitos profissionais considerem que as suas sequelas se
prolonguem pela vida adulta, a deteção precoce do problema e uma intervenção
adequada podem criar condições para um futuro desempenho profissional e pessoal
de bom nível.
Referências
bibliográficas:
·
Hennigh.
(2003). Compreender a
dislexia. Porto: Porto Editora.
· Teles,
P. (2004). Dislexia: Como identificar?
Como intervir?. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 20, 713-730.
Sónia Pinho
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