quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Dislexia


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Os investigadores têm tido dificuldade em definir a dislexia desde que o termo foi usado pela primeira vez em 1887. De forma simplista, o prefixo grego “dis” significa “dificuldade, perturbação” e o elemento grego de composição “lexia” remete para “ler”. Dislexia significa assim, “dificuldade em ler” (Hennigh, 2003).
Em 2002, a Associação Internacional de Dislexia definiu esta perturbação como uma incapacidade específica da aprendizagem, de origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras e reduzida capacidade de soletrar e descodificar palavras. Geralmente, estas dificuldades resultam de um défice na componente fonológica da linguagem.De facto, para aprender a ler é necessário ter uma boa consciência fonológica, isto é,
o conhecimento consciente de que a linguagem é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas e que os caracteres do alfabeto representam esses fonemas. Contudo, o desenvolvimento desta consciência fonológica é difícil para muitas crianças.
Segundo Teles (2004), por volta dos cinco anos de idade, é presumível as crianças pronunciarem corretamente a maioria das palavras. Contudo, há que salientar que nem sempre a dificuldade em pronunciar uma palavra é revelador de dislexia, pode ser somente uma dificuldade de articulação.
             São vários os sinais de alerta desde o primeiro ano de escolaridade:
          Dificuldade em perceber que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas;
          Dificuldade em associar as letras aos seus sons;
          Erros de leitura;
          Dificuldade em ler monossílabos e soletrar palavras simples;
          Recusa e insistência em adiar as tarefas de leitura e escrita;
          Outros membros da família com dificuldade de leitura e escrita.
A partir do segundo ano de escolaridade, deve dar-se especial atenção aos seguintes aspetos:
          Progresso muito lento na aquisição de leitura e ortografia;
          Leitura sincopada, trabalhosa e sem fluência;
          Melhor capacidade para ler palavras em contexto do que para ler palavras isoladas;
          Erros ortográficos frequentes;
          Dificuldade em terminar os testes no tempo previsto;
          Discurso pouco fluente com pausas e hesitações.

Relativamente à dislexia, e ainda que muitos profissionais considerem que as suas sequelas se prolonguem pela vida adulta, a deteção precoce do problema e uma intervenção adequada podem criar condições para um futuro desempenho profissional e pessoal de bom nível.
                    
Referências bibliográficas:

·      Hennigh. (2003). Compreender a dislexia. Porto: Porto Editora.
·      Teles, P. (2004). Dislexia: Como identificar? Como intervir?. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 20, 713-730.

Sónia Pinho

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