quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

DEFICIÊNCIA VISUAL



DEFINIÇÃO:                          
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS-ICD10, 1999) existe um amplo espectro de perdas de visão, situadas ao longo de um continuum, correspondendo:      
  •  a baixa visão a acuidades visuais compreendidas entre os 0.3 e os 0.05 e 
  • a cegueira a acuidades visuais inferiores a 0.05 ou a um campo visual inferior a 10º em torno do ponto de fixação.  
A baixa visão ainda passa, muitas vezes, despercebida a pais e professores, manifestando-se, com frequência, no momento em que aumentam na escola os níveis de exigência quanto ao desempenho visual da criança, para perto. 
Por sua vez, a cegueira é facilmente detetada e geralmente diagnosticada mais cedo. A deteção precoce de
quaisquer dos problemas pode constituir fator decisivo no desenvolvimento global da criança, desde que sejam propiciadas condições de estimulação adequada às suas necessidades de maturação, favorecendo o desenvolvimento máximo das suas potencialidades e minimizando as limitações impostas pela incapacidade visual.
Em todas as situações escolares, a professora tem, normalmente, oportunidade de observar sinais, sintomas, posturas e condutas do aluno, que indicam a necessidade de encaminhamento a um exame clínico apurado. 

 SINTOMAS E SINAIS MAIS COMUNS DE ALTERAÇÕES VISUAIS
Sintomas:
  • tonturas, náuseas e dor de cabeça;
  • sensibilidade excessiva à luz (fotofobia);
  • visão dupla e nublada. 
Quando o aluno apresenta:
  • uma necessidade involuntária de apertar e esfregar os olhos; 
  • irritação, olhos avermelhados e/ou lacrimejantes;
  • pálpebras com as bordas avermelhadas ou inchadas;
  • purgações e terçóis;
  • estrabismo;
  • olhos em constante oscilação (nistagmos);
  • um piscar de olhos excessivamente;
  • crosta na área de implante dos cílios;
  • franzimento da testa, ou piscar contínuo, para fixar perto ou longe;
  • dificuldade no seguimento de objetos;
  • cautela excessiva ao andar; 
  • tropeço e queda frequentes; 
  • postura inadequada;
  • desatenção e falta de interesse;
  • inquietação e irritabilidade;
  • uma necessidade de aproximar excessivamente o objeto dos olhos;
  • fadiga ao esforço visual. 
  • dificuldade para leitura e escrita;  
deve ser encaminhado para uma consulta de oftalmologia.

 FORMAS DE PREVENÇÃO
1. Antes e durante a gestação
As causas de origem genética, como retinite pigmentosa, glaucoma e catarata congénita, podem ser evitadas com aconselhamento genético.
Dentro das causas congénitas, destacam-se os fatores mais frequentes: gestação precoce, desnutrição da gestante, drogas (álcool entre outras), infeções durante a gravidez (rubéola, sífilis, sida, toxoplasmose e citomegalovirus).
Toda a mulher deve ser vacinada antes de engravidar ou na adolescência, pois o vírus da rubéola materna atravessa a placenta, alterando o processo de formação embrionária.
A toxoplasmose é transmitida pelo protozoário “toxoplasma gondii”, geralmente por meio de contacto com animais domésticos infetados : cães, coelhos, gatos, galinhas, pombos e alimentos mal cozidos. A mãe contagiada no primeiro trimestre de gestação pode gerar uma criança com deficiência visual severa.
Estas são causas de deficiência visual que podem ser reduzidas por medidas eficientes de prevenção da saúde materna durante a gestação.

 2. Na escola
Deteção precoce das alterações visuais, triagem  em Creches e Jardins de Infância. Foi criada uma rede de escolas de referência para a inclusão de alunos cegos e com baixa visão, com vista a concentrar meios humanos e materiais que possam oferecer uma resposta educativa de qualidade aos alunos.
Constitui um objetivo destas Unidades, entre outros:

  • Assegurar a observação e avaliação visual e funcional



A avaliação da acuidade visual, por si só, não é fator determinante na deteção da deficiência visual; associada a ela, é de suma importância a observação dos sinais, sintomas e condutas da criança. No exame ocular de bebês (pelo método Teller) (a partir do 1º mês de vida) e de crianças a partir de 2 anos (Teste Bust, LH, Light House) já é possível detetar a deficiência visual.
Também no Jardim de Infância poderá o professor de educação especial na presença de sintomas ou sinais,      
aplicar testes para triagem ocular, para verificação da acuidade visual.


   O método mais simples e eficaz de avaliação e de triagem de alunos em idade pré-escolar e de 1º ciclo é o realizado através dos testes (Teste Bust, LH, Light House), da Escala Optométrica de Snellen ou teste do E (ganchos) que pode ser aplicado em crianças maiores de 4 anos.
Após a aplicação do teste de acuidade visual deverá o professor de educação especial alertar os pais do aluno que obteve no teste resultado igual ou inferior a 0,8 em qualquer olho, ou que apresente diferença de duas linhas ou mais entre os resultados de um e de outro olho, para uma consulta de oftalmologia.
Deverá também proporcionar orientação quanto à higiene e à prevenção dos problemas oculares.


                             Isabel Delgado
Margarida Pereira

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