quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Necessidades Educativas Especiais - SPO

 Durante muito tempo as diversas dificuldades de aprendizagem foram tratadas da mesma forma, com consequências na qualidade da resposta educativa.
No sistema de ensino criou-se um subsistema para onde eram enviadas todas as crianças com dificuldades de aprendizagem, sem distinção das suas problemáticas específicas. Assim, verificou-se a necessidade de reorganizar a educação especial e clarificar quais os seus destinatários, o que aconteceu com a publicação do Decreto-Lei º 3/2008, de 7 de janeiro.
Os alunos cujas dificuldades educativas provêm da falta de coincidência entre o seu capital social e cultural e o que a escola exige, que revelam pouca motivação pela escola, ausência de métodos de trabalho e estudo, poucas expetativas quanto aos seus desempenhos escolares, apresentam necessidades diferentes daqueles alunos cujas
dificuldades são decorrentes de alterações em funções e estruturas do corpo com caráter permanente com repercussões ao nível da sua atividade e participação num ou vários domínios da vida, donde

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Viagem de Maria

A Terapia Ocupacional na Escola



O terapeuta ocupacional é um técnico de saúde que tem como missão tornar a pessoa mais autónoma e funcional, melhorando a sua qualidade de vida nas atividades diárias, produtivas e de lazer, apesar de qualquer incapacidade.
Na escola o T.O. avalia as necessidades de cada aluno, identifica as áreas de disfunção e por fim elabora um plano estruturado de atividades de forma a ultrapassar as barreiras na condição de saúde do aluno.

Esse programa de atividades pode incluir:

  • Treino de Atividades da Vida Diária (funções práticas necessárias para a higiene, alimentação, mobilidade, vestuário, funções domésticas,)
  • Promoção da reintegração social e profissional
  • Treino cognitivo (memória, atenção, abstração, concentração, perceção, raciocínio, orientação espacial, etc.)
  • Treino de Orientação e Mobilidade
  • Estimulação do desenvolvimento global da criança
  • Uso de princípios de conservação de energia e proteção articular para facilitar as tarefas diárias
  • Treino de competências psico-sociais
  • Treino de escrita
  • Integração sensorial
  • Adaptação de espaços e materiais de eliminação das barreiras arquitetónicas
  • Suporte técnico e capacitação dos professores e familiares em relação aos tipos de dificuldades geradas pelas necessidades especiais e estratégias para a diminuição das dificuldades e potenciação das capacidades dos alunos




As Terapeutas Ocupacionais: 
Ana Catarina Ferrari 
Inês Palma Ramos

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Blogue do Grupo de Educação Especial - Apresentação

No âmbito das comemorações nacionais e internacionais da pessoa com deficiência realizadas neste mês de Dezembro, quis este grupo de Educação Especial valorizar a mensagem subjacente às iniciativas, de modo a celebrar os direitos humanos das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade em geral e a comunidade educativa em particular para o exercício dos direitos da igualdade de oportunidades e não-discriminação das pessoas com deficiência. 

De acordo com o primeiro relatório mundial sobre deficiência, produzido conjuntamente pela Organização Mundial de Saúde e pelo Banco Mundial (9 de Junho de 2011), mais de um milhar de milhões de pessoas tem actualmente, no mundo inteiro, alguma forma de deficiência ou incapacidade. Salienta este documento que as pessoas com deficiência têm em geral inferiores condições de saúde, mais baixas aquisições escolares, menores oportunidades económicas e mais elevadas taxas de pobreza do que as pessoas sem deficiência, situação que em larga medida, se deve à falta de serviços à sua disposição e aos múltiplos obstáculos com que se deparam no seu quotidiano. 

Em Portugal, o Decreto Lei 3 de 2008, apoia a inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino público, particular, cooperativo e solidário legislando os pressupostos a este processo, assim como as medidas educativas especiais de que todos deverão beneficiar. Circunscreve ainda esta população, alvo de medidas de educação especial, a alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, relacionamento interpessoal e participação social. 

Pretendemos pois neste blog, colaborar no processo habilitativo de toda a toda a comunidade, divulgando informação, visando a adequação do processo de inclusão educativo e social, às necessidades educativas especiais dos alunos referidos com deficiências ou incapacidades. 

Acreditamos que neste processo de intervenção educativa beneficiaremos ao fomentar a formação adequada, desenvolvendo comportamentos, rentabilizando recursos de acordo com as necessidades de cada criança e sua família, compreendendo a singularidade de cada intervenção. Se as práticas recomendadas forem disseminadas e seguidas, acreditamos que como profissionais estaremos a contribuir para um mundo mais informado, justo e inclusivo, onde com a vossa parceria, acontecerá o retorno da ação conjunta. 

Assim, como grupo de educação especial, acreditamos nesta forma de intervenção, onde acontece o formal e o informal como.... caminhos entrelaçados.

Bem hajam, por estarem hoje aqui!

M. Antónia Cardoso

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

AUTISMO


A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação global do desenvolvimento, com início na primeira infância e que se expressa, clinicamente, de forma muito variada. 
Manifesta-se através de dificuldades muito específicas da comunicação e da interação, associadas a dificuldades em utilizar a imaginação, em aceitar alterações de rotinas e à exibição de comportamentos estereotipados e restritos. 
Esta perturbação implica um défice na flexibilidade de pensamento e uma especificidade no modo de aprender que comprometem, em particular, o contacto e a comunicação do indivíduo com o meio (Jordan, 2000; Siegel, 2008; Geschwind, 2009). 

O primeiro despiste 

VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO

O primeiro despiste de autismo obriga a uma vigilância do desenvolvimento cujos sinais de alerta são:
  • Ausência ou atraso da linguagem oral;  
  • Não responder ao nome, parece ter perda auditiva;  
  • Falta de atenção, de interesse ou de curiosidade acerca do que os outros fazem ou dizem;  
  • Relações com as pares não adequadas ao nível de desenvolvimento;  
  • Muito dependente;  
  • Pouco contacto ocular;  
  • Birras injustificadas;  
  • Comportamentos restritos e estereotipados; 

Sinais de alerta na criança dos 0 aos 2 anos 
(Filipek y Cols, 1999) 
  •  Não balbucia aos 12 meses;  
  • Não faz gestos (adeus, apontar) aos 12 m;  
  • Não diz palavras soltas aos 18 meses;  
  • Não diz frases espontâneas de 2 palavras (não ecolálicas) aos 24 meses;  
  • Perda de qualquer...

PERTURBAÇÃO DE HIPERATIVIDADE COM DEFICIT DE ATENÇÃO


A Perturbação de Hiperatividade com  Déficit de Atenção (PHDA) é uma síndrome caracterizada por hiperatividade, impulsividade e dificuldade em concentrar e manter a atenção.
Para se diagnosticar um caso de PHDA é necessário que a criança apresente,  com frequência, pelo menos  seis dos sintomas de desatenção e/ou  seis dos sintomas de hiperatividade que se devem manifestar em pelo menos dois ambientes diferentes (casa e escola) e por um período superior a seis meses.

Sintomas de desatenção

  •  Dificuldade em prestar atenção a detalhes cometendo erros por descuido 
  •  Dificuldade de manutenção da atenção em tarefas ou atividades lúdicas
  •  Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra
  •  Dificuldade em  seguir instruções e  em terminar as tarefas escolares ou outras (não devido a  comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções)
  • Dificuldade para organizar tarefas e atividades
  • Evita, antipatiza ou  reluta envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou trabalhos de casa)
  • Perde brinquedos, materiais escolares, tarefas escolares…
  • Distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa
  • Apresenta esquecimento em atividades diárias
Sintomas de hiperatividade/implulsividade

  • Agita as mãos ou os pés
  • Dificuldade em permanecer sentado
  • Corre ou sobe e desce constantemente, inapropriadamente
  • Dificuldade em se envolver silenciosamente em atividades de lazer
  • Excesso de atividade motora
  • Fala constantemente 
  • Responde precipitadamente antes das perguntas terem sido completadas
  • Dificuldade de aguardar a sua vez
  • Intromete-se em assuntos de outros (conversas ou brincadeiras)

Esta perturbação causa dificuldades emocionais e de

Autoridade e Autoritarismo – Equilíbrio e Bom Senso


 A importância de estabelecer regras em crianças pequenas 

  Nas primeiras décadas do século XX, educar parecia algo muito simples. Um “não” era um “não”, porque a autoridade paterna dizia e ponto final. Gerações massacradas pelo autoritarismo exagerado, quando assumiram o lugar de pais, caíram no extremo oposto, tornaram-se permissivas, ajudadas pela chegada dos novos conceitos introduzidos pela psicologia, na década de 70. As consequências disso, todos nós sabemos… mães desesperadas, pois logo muito cedo os bebés impõem a sua “majestade” de tal forma que perturbam o sono da família, as suas rotinas, os seus interesses, mais tarde, mandam naquilo que comem, no que vestem, mandam na hora de ir para a cama, mandam, mandam, mandam… 
O exercício da autoridade deixou abruptamente de seguir uma direção vertical, onde os pais exerciam a sua autoridade de cima para baixo e tem seguido ao longo dos tempos uma direção horizontal, ou seja, igualdade entre pais e filhos e temo que, em muitas situações, assistamos a uma completa inversão, autoridade de baixo para cima, ou seja, jovens adolescentes com mais direitos do que deveres, mais liberdade do que responsabilidade, mais tirânicos! Esta perda que ocorreu no berço das famílias, rapidamente se repercutiu no ambiente escolar. Os professores, de certa forma, perderam parte da sua autoridade, quanto á sua função de educar e ensinar. 

As crianças precisam de pais e de professores que não confundam autoridade com autoritarismo e possam exercer suas funções com segurança e sem culpa.
No papel de educadores, tanto os professores como os pais, não se podem ausentar da tarefa de introduzir

DEFICIÊNCIA VISUAL



DEFINIÇÃO:                          
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS-ICD10, 1999) existe um amplo espectro de perdas de visão, situadas ao longo de um continuum, correspondendo:      
  •  a baixa visão a acuidades visuais compreendidas entre os 0.3 e os 0.05 e 
  • a cegueira a acuidades visuais inferiores a 0.05 ou a um campo visual inferior a 10º em torno do ponto de fixação.  
A baixa visão ainda passa, muitas vezes, despercebida a pais e professores, manifestando-se, com frequência, no momento em que aumentam na escola os níveis de exigência quanto ao desempenho visual da criança, para perto. 
Por sua vez, a cegueira é facilmente detetada e geralmente diagnosticada mais cedo. A deteção precoce de

Os Direitos da Criança com Deficiência



“A criança com deficiência deve ter uma vida plena e o mais normal possível, em condições de máxima dignidade, autonomia e participação activa na comunidade em que está inserida”
(Artigo 23º, CONVENÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA)
  
·       Estabelecer uma relação com o meio envolvente: mobilidade / comunicação / aprendizagem / afectividade.
·       Ser desejada e amada.
·       Direito a brincar (experiência sensório-motor que favorece o seu desenvolvimento afectivo e social), a crianças necessita de amigos, de outras crianças que brinquem com ela.
·       Direito a participar, a crescer e a ser ela própria, e ser tão independente quanto possível.
·       Direito à recreação, ao desporto ao lazer, a participar em actividades culturais e lúdicas, ir à loja, ao cinema, à casa dos amigos.
·       Direito a ser tratada conforme as capacidades, a dar a sua opinião, a ser respeitada e ouvida e informada sobre todas as decisões que lhe dizem respeito, tendo em conta a sua idade e nível de compreensão.
·       Direito à habitação, educação no meio o menos restritivo possível em igualdade de oportunidades com as outras crianças.
·       Direito a um ambiente ajustado às suas necessidades físicas, afectivas, emocionais, sociais, educativas quer no que diz respeito a equipamentos e tecnologias de apoio, quer quanto a instalações, em termos de acessibilidade e segurança.
·       Direito à sua intimidade e privacidade e ser tratada com sensibilidade e compreensão em todas as circunstâncias.

Dislexia


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Os investigadores têm tido dificuldade em definir a dislexia desde que o termo foi usado pela primeira vez em 1887. De forma simplista, o prefixo grego “dis” significa “dificuldade, perturbação” e o elemento grego de composição “lexia” remete para “ler”. Dislexia significa assim, “dificuldade em ler” (Hennigh, 2003).
Em 2002, a Associação Internacional de Dislexia definiu esta perturbação como uma incapacidade específica da aprendizagem, de origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso e/ou fluente de palavras e reduzida capacidade de soletrar e descodificar palavras. Geralmente, estas dificuldades resultam de um défice na componente fonológica da linguagem.De facto, para aprender a ler é necessário ter uma boa consciência fonológica, isto é,

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência



No âmbito das comemorações do Ano Internacional do Deficiente e de acordo com o Plano Nacional de Acção estabelecido para o mesmo pela Resol. 172/81, de 11-8, o dia 9/12 foi proclamado Dia Nacional do Deficiente, como forma de garantir continuidade à sensibilização da opinião pública para os direitos das pessoas com deficiência, proclamados, a 9-12-75, pela Assembleia Geral das Nações Unidas. 
Considerando que a Assembleia Geral das Nações Unidas, na sua sessão especial, por ocasião do encerramento da década da Pessoa com Deficiência, proclamou o dia 3/12 como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e que a proximidade das duas datas citadas pode criar dificuldades ao nível da concentração de esforços para captar a atenção da população em geral torna-se conveniente proceder à alteração da data de comemoração do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência. 
Assim: 
Nos termos da al. g) do artigo 202.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolveu declarar o dia 3 de Dezembro como dia das comemorações nacionais do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

(RESOLUÇÃO N.º24/ 93 (2ª SÉRIE) DO CONSELHO DE MINISTROS DE 6 DE SETEMBRO DE 1993) 


josé paulo

Apresentação

Olá a todos
O grupo de Educação Especial do Agrupamento de Escolas e Jardins de Infância ALPHA - Entroncamento entendeu promover um espaço de divulgação, reflexão e partilha de informação, através deste blogue a que chamou "Diferenças & Inclusão".
Neste espaço irão ser publicados artigos da responsabilidade dos docentes, técnicos e parceiros com vista à sensibilização e esclarecimento da comunidade, para a problemática das diferenças/deficiências. Também serão publicados acontecimentos promovidos por esta equipa bem como as actividades desenvolvidas com os alunos, professores e famílias, em que as práticas inclusivas sejam uma realidade. Há ainda espaço para a criatividade e inovação.
Esperamos que este blogue seja o mais interactivo possível, um espaço de partilha e de liberdade, em que a consciência cívica daqueles que vêem na diferença uma normalidade, se afirme.

A Equipa de Gestão do Blogue